terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Brasil no Oscar



Não é complexo de Vira Lata, nem de Inferioridade mas que a música de Sergio Mendes  e Carlinhos Brown deveria ganhar o Oscar isso ninguém tem dúvida.

Brasil foi indicado ao Oscar de Melhor Canção Original do filme Rio dirigido por Carlos Saldanha mas perdeu para Os Muppets.

Na verdade, em se tratando de Oscar, as vezes não se escolhe o melhor e normalmente se faz uma média com que já ganhou ou quem perdeu e assim vai e claro tem várias premiações merecidas.

Mas esse ano era uma chance iminente e até mais fácil do Brasil ganhar um Oscar.  Afinal, era um concorrente só e mesmo assim não rolou.

Mas vamos relembrar da participação do Brasil na premiação do Oscar.

A primeira vez que o Brasil participou foi em 1.963 com o filme dirigido por Anselmo Duarte Pagador de Promessas. O filme foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro.



Baseado na obra de Dias Gomes, o filme havia ganho a Palma de Ouro de Cannes em 1.962, mas foi desbancado pelo filme francês Sempre aos Domingos.

Consta que o Brasil já tinho sido indicado por melhor canção original em 1944 com a música de Ary Barroso "Rio de Janeiro" do filme Brazil e em 1.959 Orfeu Negro venceu como Melhor Filme Estrangeiro e  que muito embora tenha atores brasileiros, o longa foi considerado francês por causa da nacionalidade do diretor Marcel Camus. O filme de 1.944 era uma comédia americana.



Na década de 80, o Beijo da Mulher Aranha foi uma co-produção do Brasil e EUA e teve quatro indicações: Melhor Filme - Diretor (Hector Babenco); Ator (William Hurt - vencedor) e Melhor Roteiro Adaptado. O filme arrebatou o Globo de Ouro e a Palma de Ouro em Cannes.



Mesmo tendo a co-produção, Babenco naturalizado brasileiro, Sonia Braga e muito brasileiro no elenco, parece que o país não sente que o filme seja do país mesmo.



Tanto é que o país acha que O Brasil genuinamente voltou ao Oscar no ano de 1.995 com o Quatrilho de Fabio Barreto. Indicado ao oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o Quatrilho perdeu para a famosa Excêntrica Familia de Antonia.



Consolidando a retomada total do Cinema Nacional, dois anos depois o Brasil volta a ser indicado a Melhor Filme Estrangeiro agora com Bruno Barreto e o seu O que é Isso Companheiro. Mas a Holanda levou de novo com o filme Caráter.

O Brasil voltaria no ano seguinte com o maravilhoso Central do Brasil de Walter Salles. O filme teve a indicação para Filme Estrangeiro mas deu o azar de cair justo no ano da Vida é Bela de Roberto Begnini. Mas aquele ano, o Brasil foi representado também por Fernanda Montenegro que foi indicada a Melhor Atriz.


Fernanda Montenegro se tornou a primeira latino-americana a ser indicada por melhor atriz.

Provando uma das injustiças do Oscar, a brasileira perdeu para fraquinha Gwineth Patrow de Shakeaspeare Apaixonado. Se fosse pelo menos por Cate Blanchett ou por Meryl Streep que disputaram no mesmo ano seria mais aceitável, mas o Oscar tem dessas coisas.

Mas o filme Central do Brasil e Fernanda Montenegro levaram vários prêmios naquele ano. O filme levou o Urso de Ouro no Festival de Berlim e Fernanda Urso de Prata de Melhor Atriz e o Globo de Ouro e BAFTA  de Melhor Filme Estrangeiro.



No Oscar 2.004, o Cidade de Deus de Fernando Meirelles foi indicado ao prêmio de Melhor Diretor (perdeu para Peter Jackson de Senhor dos Anéis), Melhor Edição (ganhou o BAFTA mas perdeu o Oscar para Senhor dos Anéis), Melhor Fotografia (perdeu para Mestre dos Mares) e Melhor Roteiro Adaptado (de novo para Senhor dos Anéis). Um recorde de indicação de uma obra nacional.

E agora fomos indicado por Canção Original do filme do diretor Carlos Saldanha - Rio. O brasileiro já teria sido indicado em 2.004 pelo curta-metragem Gone Nutty.

Mesmo com a retomada total do Cinema Brasileiro que está fazendo vários filmes de qualidade muito acima da média, o que nos dá a sensação é de que o brasileiro com chance mais perto de se vencer um Oscar atualmente e que se aproxima aos padrões dos vencedores de sua categoria é o animador Carlos Saldanha.



O cara é diretor de animações mundialmente consagradas como Era do Gelo 1, 2 e 3 (estes dois últimos entre os filmes com maior bilheteria de todos os tempos), Robôs, Aventura Perdida de Scrat e Rio.




Diz aí que não é o que mais chances do Oscar para o Brasil.

Muito embora e repito, o Oscar  não mede a qualidade da obra.

Viva o Cinema Brasileiro e seus profissionais!











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